terça-feira, 7 de setembro de 2010

aos treze .

Aos 13 eu não via maldade nas pessoas, eu queria dançar, correr brincar e até acreditava em príncipes encantados, aos 13 eu escutava barulhos e fingia que era fantasmas, eu tinha a imaginação fértil, e amava o estilo da Avril Lavigne, escutava Metallica como se escutasse uma musica qualquer, alternava entre o rock e pop, via graças nas menininas que se vestiam de rosa e passava gloss com sabores diferentes, sentia nojo das que usavam o seu corpo como porta de entrada para tudo, aos 13 eu sou usava o cérebro com forma de mostrar meus talentos. Não havia se quer uma competição que não entrasse pra ganhar, era competitiva, altiva e ferozmente ambiciosa para liderar grupos, não tinha medo de barata e nem de bichinhos com pelos repugnantes, gostava de brincar na educação física, não importava, futsal, vôlei, handbol, ou qualquer outro jogo, as 13 pra mim não tinha tempo ruim, não existia piada ruim e nem brincadeiras infantis, era tudo tão simples aos 13, ouvir a mãe chamar pelo seu nome inteiro era única coisa que me botava medo, sentir o cheiro de bolinho feito na hora na casa da minha vó era a coisa mais deliciosa do mundo, aos 13 não queria balada eu queria fazer novas amizades, eu não queria beijo eu queria cartinhas de amor, não escutava uma musica pensando em alguém, eu escutava apenas pra colocar no ultimo volume e atormentar minha mãe, aos 13 eu não fingia gostar de alguém para me enturmar eu era eu, com meus brincos escandalosos, com as pulseiras com tarjas afiadas, com meu jeans rasgado e meu alls star desbotado, não fazia questão de gastar eu saia pra me divertir, tomar sorvete naquela época era mais prazeroso do que milhões de Smirnof Ice, não gostava de coca-cola, gostava de roubar os danoninhos na hora do almoço, e de sempre contrariar minha mãe quando ela insistia em me dizer NÃO.
talvez eu era diferente mesmo, talvez eu não fizesse parte da maioria das meninas do colégio, não era a mais popular muito menos a mais queridinha da turma, não usava roupa da moda e nem gloss, afinal, eu odiava gloss, era grudento nojento e ficava com um sabor doce na boca ...
hoje eu mudei, não faz tanto tempo assim, parece que foi ontem mesmo, mudei meu cabelo, a roupa, perfume e gostos, hoje tenho um pavor asqueroso de baratas e qualquer tipo de inseto peludo, hoje quero estar na moda, gosto de fazer amizade com todo mundo mais prezo coisas verdadeiras, sei que minha mãe sempre tem razão e que escutar os conselhos dela é como mergulhar em um mar de plena sabedoria, não tenho motivos pra escutar um só estilo, não tenho mais vontade de receber cartas de amor, tenho vontade de ouvir um EU TE AMO verdadeiro, hoje escuto tudo com mais clareza, ainda acredito em espíritos é tão excitante, ouvir minha mãe chamar meu nome me da uma alegria tão grande pois sei que ela está aqui mais um dia mais um ano mais décadas sempre me chamando e me confortando, não discuto mais, vivo em uma enorme tranqüilidade emocional, passei a beber muita coca-cola e a smirnof se tornou rotina,
ainda não sou a mais popular, não sou a queridinha e ainda me visto um pouco mal, ainda gosto de um bom rock, e ainda amo a intensidade da avril, passei a ver beleza e maldade nas pessoas, comecei a enchergar o exterior como o interior ao todo, ainda sinto enpatia por pessoas vulgares sem conteúdo, dou risada de tudo principalmente de piadas ruins, choro a ouvir uma musica boa talvez até por uma pessoa.
eu mudei, mudei muito, hoje até uso gloss (:
Eu tenho um passado TRESH, afinal, quem não tem’ ?

Liliane Azevedo

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  2. Belo texto! Mas você expressou empatia de uma maneira errada! Empatia é sensação, carinho, parcialidade, é um sentimento sutil e bom! dica :)
    Fora isso você usa bem suas palavras! parabens

    ResponderExcluir
  3. aah valeo pela dica! juroo não havia reparado, maais obrigada pela dica, volte sempre (:

    ResponderExcluir